quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
Por que é fácil odiar Romero Britto?
Existe no manual das pessoas que, de alguma forma, mantém
relação pessoal com a palavra "cultura" (ou "arte" etc) que
é proibido gostar de Romero Britto. Faça o teste: vá até uma faculdade de
artes, entre em uma sala de aula e grite "Romero Britto é um grande
artista!" e veja o que acontece. Isso pode ser feito também em galerias
tradicionais do eixo Rio-SP, em mesas de bares na Vila Madalena ou qualquer
ambiente onde prepondere um código de conduta
"intelectual/alternativo/artístico/arrojado/etc".
"vamos tentar ir com calma"
A hashtag #curteRomeroBritto era uma das qualidades
indesejáveis de um macho de acordo com o aplicativo Lulu, lembra? Se gostar de
Romero Britto está diminuindo a reputação masculina virtual, deve ser algo
terrível. Mais terrível ainda é o fato de você se importar com avaliações
eletrônicas da sua imagem virtual, o que é assunto pra outro texto.
Apesar de ser ridicularizado no contexto
"cultural", fora desse meio, Britto é um sucesso estrondoso. Suas
obras são estampadas em todo o tipo de produto, reproduções são vendidas aos
lotes, celebridades adquirem os originais. "A massa é ignorante e tem
péssimo gosto!" - é sempre mais fácil culpar as massas ou qualquer outra
entidade onipotente, como por exemplo o governo, deus etc. Principalmente
quando a ordem é esculhambar alguém.
Porém, antes de embarcar no próximo bonde do ódio você tem
que se perguntar: "por que eu odeio isso?" - o ódio é uma forma de
defesa. O que há de tão ameaçador no trabalho de Romero Britto para que a
comunidade artística/culta/acadêmica/intelectual/etc o rejeite de forma quase
unânime? Mais do que isso, por que aquelas pinturas alegres e coloridas são capazes
de fazer artistas e entendidos despejarem bile e veneno? Vamos analisar alguns
argumentos de seus detratores:
ARGUMENTO UM: "Ele faz sempre a mesma coisa."
Vou concordar que isso não está longe da verdade; alguém
desenvolveu um aplicativo para Google Glass que oculta obras de Britto e
substitui por grandes mestres da pintura (anote esse pensamento, vamos usar
mais tarde). Se um aplicativo de software consegue identificar obras de Romero
Britto, de fato existe um padrão por trás de suas obras, coisa que
eventualmente surge disfarçada pelo nome "estilo".
Meditemos na palavra "estilo". Estilo, stilus, é o
nome de uma ferramenta antiga, hoje o que temos de mais próximo é o estilete.
Estilos eram usados para escrever em placas de argila (escrita cuneiforme) por
romanos e outros povos. Esse tipo de trabalho manual carregava a marca
individual da pessoa que o fazia; a palavra "estilo" acabou sendo
associada ao jeito particular de cada um de criar ou executar determinadas
tarefas.
O artista Akira Umeda um dia compartilhou as seguintes
considerações:
"No terreno da música pop, "rock" é, desde há
muito, um ajuntamento de letras que não aponta para nada além de uma classificação
esgarçada: aponta, portanto, para "qualquer coisa", ou seja, não
aponta. Sem pontas, estas letras não configuram "estilo": um estilo,
como se sabe, tem ponta que fere, rasga e corta. Assim, coisas associadas a
"rock" são "qualquer coisa que não fere, rasga e corta". O
ajuntamento de indivíduos "Guns N 'Roses", em turnê por cidades
brasileiras, equivale ao ajuntamento de letras "rock". O ajuntamento
de multidões em torno destes indivíduos e destas letras produz uma imagem da
realidade atual cuja vacuidade não tem sido apontada."
A arte contemporânea, assim como o rock, é um conceito
esgarçado, aponta para qualquer coisa; qualquer tipo de ação, desde que
justificada como prática artística (ou seja, feita por artistas), cabe no
conceito de "arte contemporânea". Há menos de um século atrás a arte
era, sim, um campo onde os "estilos" ou "ismos" apontavam
para alguma coisa (cubismo, surrealismo, dadaísmo etc) em detrimento de outras,
ou seja, rasgando/ferindo/cortando.
Hoje a arte contemporânea aceita que tudo pode ser uma obra
de arte, desde deixar um cão morrer, passando por fazer um letreiro luminoso
com letras de pixação até perder a virgindade, desde que sejam feitas num
contexto "artístico" (o que muitas vezes quer dizer: dentro de uma galeria)
- eu não sou contra isso, já vou adiantando. Só estou perguntando: se a arte
contemporânea aceita todos os discursos, por que, então, proibir Romero Britto
de entrar?
Um fato curioso é que, se você for uma pessoa que se
interessa por arte e eu gritar "homens amarelos!", você vai gritar
"Os Gêmeos" em vez de "Os Simpsons". Você não sabe o que
esperar d'Os Gêmeos? Eles ganharam um avião pra pintar, com vários temas
implícitos (copa do mundo, futebol, seleção, Brasil etc) e eles pintaram...
você sabe o que eles pintaram.
A repetição é um dos fatores do estilo - há quem diga que
"estilo" é um nome bonitinho para "repetição". É por isso
que nós sabemos mais ou menos (ou exatamente) o que esperar de determinados
artistas; em diferentes obras há elementos repetidos que nos fazem identificar
qual trabalho é de quem. Muitos artistas em estado de graça no meio culto estão
com a tecla "repeat" apertada há anos - o que não é necessariamente
ruim, mas também não é necessariamente bom, etc.
A repetição, portanto, é um argumento inválido para
desqualificar o trabalho de Britto, visto que isso seria desqualificar o
trabalho de boa parte dos artistas reconhecidos como legítimos em atividade
hoje. Deixe essa parte assentar por alguns instantes; pense na gravidade disso,
principalmente se você for artista e se você for um repetidor.
ARGUMENTO DOIS: "Seu trabalho não tem
profundidade."
Uma das fundações da percepção popular a respeito de
artistas é a suposição que artistas possuem uma sensibilidade mais apurada que
a média, e por isso são capazes de materializar aspectos da vida que passariam
sem serem notadas pelas outras pessoas.
Seguindo essa lógica, o argumento de alguns é que o trabalho
de Romero Britto é desconectado da realidade, não instiga a reflexão, não
"problematiza" (palavra favorita de 8 entre 10 curadores e críticos
de arte) nenhum "aspecto da contemporaneidade" etc. Vilém Flusser, no
texto "Coincidência incrível", está falando sobre a fé, tecnologia e
ciência::
Se digo: "Amanhã nascerá, em vez do sol, um queijo de
Minas para iluminar a Terra", terei dido uma absurdidade. Mas se digo:
"Ontem nasceu um queijo de Minas e iluminou a Terra", terei
articulado uma banalidade. É óbvio que o queijo de Minas nasceu. As teorias
astronômicas esperavam pelo nascer do Sol, mas essas teorias são apenas
sistemas hipotéticos incompletos. Comportam uma reformulação progressiva. (...)
O queijo de Minas, longe de abalar a astronomia, prova, pelo contrário, a
eficiência do método científico como captação da "realidade".
Assim também é a fé na arte contemporânea. Qualquer proposta
é válida, desde que haja um alinhamento teórico coerente, desde que o artista
declare um ato ou resultado como obra de arte, legitimados pela fé na arte.
Portanto, se um belo dia, Romero Britto sair de seu atelier e declarar que seu
trabalho é um "questionamento acerca da banalidade dos signos e do mercado
de consumo, inserindo ícones irrelevantes no mercado da arte, que
necessariamente irá validá-los", ele terá legitimado seu trabalho enquanto
arte contemporânea.
Pior ainda: se um curador montar uma exposição contendo
trabalhos de Cildo Meireles, Nelson Leirner, Andy Warhol E Romero Britto
(heresia, eu sei), e afirmar que se trata de um conjunto de obras que
questionam a fronteira entre "arte" e "indústria cultural",
esse discurso, dentro do contexto da arte, teria que ser aceito como legítimo
também. Você poderia até não gostar, mas teria que engolir. O milho e a soja
estão aí pra te ajudar nessa parte.
ARGUMENTO TRÊS: "O trabalho de Romero Britto é
inflacionado, superfaturado, não vale o quanto custa."
Em algum momento do ano passado, a revista Veja São Paulo
atirou um homem aos leões. Alexander de Almeida foi usado para transmitir uma
mensagem. Foi inventado um nome-slogan para ele - "o rei do
camarote". Esse tipo de nomenclatura ou apelido tem um propósito. Você se
esqueceria rapidamente do nome Alexander de Almeida, mas não se esquecerá tão
cedo do "rei do camarote".
Eu assisti a matéria e, por alguns instantes, lamentei pelo
destino do rei do camarote. É evidente que ele não sabia que estava sendo
usado. Ele foi atirado à massa como um verdadeiro "boi de piranha", é
muito fácil sentir raiva dele: ele é do sexo masculino, branco e rico, então
você não corre risco algum de sentir culpa; quando você não precisa refletir se
deve ou não embarcar no bonde do ódio, suba de uma vez, não é mesmo?
hateorade pra galera
Um "pequeno detalhe" foi, propositalmente,
excluído da reportagem sobre o rei do camarote. Em momento algum se fala sobre
a profissão de Alexander, o que ele faz para ganhar tanto dinheiro.
"Mentira! Na matéria eles falam sobre isso sim: ele é empresário." -
ah sim, empresário, o cargo mais genérico de todos. Aquele senhor atrás do
balcão daquele boteco sujo também é um empresário, e ele nunca ganhará na vida
inteira o que Alexander gasta em uma madrugada.
A mensagem perigosa por trás da matéria do rei do camarote é
a de que a identidade de uma pessoa não precisa estar associada ao que ela faz
no dia a dia. O rei do camarote é riquíssimo e gosta de esbanjar seu dinheiro,
mas matéria parou aí; nada é dito sobre a vida profissional de Alexander, ou
seja não importa de onde esse dinheiro vem, ele simplesmente o possui. A
mensagem é: o dinheiro que uma pessoa tem está menos associado ao que a pessoa
faz e mais associado ao que ela é. Eu sei que é difícil de entender como isso é
possivelmente um problema.
Matéria disponível totalmente em: http://www.ideafixa.com/por-que-e-facil-odiar-romero-britto/
Romero Britto, o brasileiro mais poderoso (e odiado) da arte contemporânea.
A assinatura dele vale US$ 80 milhões por ano. Mas afinal, o que faz de Romero Britto o brasileiro mais controverso da arte contemporânea?
Ao chegar ao Aeroporto Internacional de Miami, logo após
descer do avião, o visitante já sente a presença de Romero Britto na cidade. Os
funcionários responsáveis por organizar a fila de imigração usam uniformes cujo
bordado é estilizado em letras by Britto. Nas lojas do free shop, há uma série
de itens – de malas a relógios - estampados por ele. No terminal D, uma loja do
próprio artista tem todos os produtos que estão no duty free e mais alguns. E é
só o começo. Na cidade americana, a principal porta de entrada de brasileiros
nos Estados Unidos, as obras do pernambucano estão por todo canto. Além dos
objetos, são 18 instalações como Welcome, uma escultura gigante de 8 toneladas
(orçada em US$ 6 milhões), localizada na entrada de Miami Beach. Um jornalista
local, à época da inauguração da obra, disse que a quantidade de Brittos
espalhados pela cidade estava alcançando níveis de insanidade e fetichismo
dignos de um virgem colecionador de quadrinhos. A exemplo do que ocorre no
Brasil, em Miami a arte de Britto desperta amor e ódio entre os moradores.
Na noite do último sábado de agosto, Romero Britto e Collin
Watson, amigo e braço direito do artista, conversavam em pé no bar do Cipriani
enquanto esperavam os outros convidados. O papo girava, acompanhado de copos de
“suquinho” (como o artista chama o screwdriver, vodca com suco de laranja), em
torno de Salvador Dalí, sua esposa Gala e uma história, em vias de acabar, que
envolve Nova York, maçãs, cavalos e nudez. A estranha conversa é só mais um dos
pitorescos acontecimentos daquela noite.
São 11 pessoas à mesa, entre elas um Kennedy (Anthony
Shriver, fundador da ONG Best Buddies e sobrinho de John, Robert e Ted) e seus
quatro filhos, além de um outro Britto (Brendan, de 25 anos, único filho de
Britto). “Traz mais um suquinho pra ele”, pede o artista. Trivialidades são
discutidas (como a teoria, citada por Anthony, de que todos os grandes líderes
da humanidade e mentes brilhantes são horny (excitantes)– “Veja só o Bill
Clinton, por exemplo. E o Romero também é super horny!”, brada com bom humor
peculiar). Chegam os pratos – ele pede peixe, sua preferência. “Quer mais um
suquinho?” Vem a sobremesa. Joey Shriver, de 5 anos, brinca com Romero e o
derruba no chão. Todos do restaurante olham para a cena. Alguns se divertem,
outros lamentam. Britto é só alegria.
Romero Britto em seu Bentley estilizado (Foto: Jill Peters)
“Bem-vindo à Brittolândia”, me avisa em português claro no
dia anterior um dos mais de 90 funcionários do artista brasileiro. Estamos em
um tour pelo galpão de 15 mil metros quadrados onde, entre escritórios de administração,
jurídico, entregas, licenciamentos e relações-públicas (intitulado de Magical
Thinking Art), está também o estúdio de criação de Romero. O espaço, que fica
no bairro de Wynwood, é difícil de ser encontrado. Todas as paredes são
pintadas de preto, sem adornos. Internamente, todavia, o local é tomado de
assalto pela luz branca que reforça ainda mais as cores dos quadros, expostos
junto com centenas de produtos licenciados. Há também fotos por todos os
cantos. Nelas, o brasileiro está sempre acompanhado de personalidades – chefes
de Estado como Dilma e Obama e o ex-presidente George W. Bush, famílias reais
diversas, o papa Francisco, Snoop Dogg, entre outras.
“Tenho várias obras para terminar, umas 100 até o fim do
ano. Lots of interruptions, lots of stuff going on (muitas interupções, muitas
coisas acontecendo)”, diz Britto, sentado no sofá do estúdio, alternando frases
em português e inglês em um incomum sotaque misto de pernambucano com
americano. As sentenças são disparadas rapidamente, acompanhadas de um olhar
fixo e mãos e pernas inquietas.
Romero Britto e seu guarda-roupa diferenciado (Foto: Jill
Peters)
ROMERO BRITTO E SEU GUARDA-ROUPA DIFERENCIADO (FOTO: JILL
PETERS)
Uma assistente pessoal de Romero explica todo o processo de
nascimento – e reprodução – de um genuíno Britto. O esboço dos desenhos e a
primeira escolha de cores – uma pincelada de tinta em cada espaço a ser
preenchido – são feitos por ele em poucos minutos, sempre ao som de música
eletrônica. Ninguém pode interrompê-lo e uma placa na porta do estúdio deixa
isso claro. Depois, assistentes completam as cores até que ele aprove a
tonalidade. A partir daí a pintura é fotografada e vetorizada em computador, o
que permite a transferência do desenho para esculturas, produtos e pôsteres de
edições limitadas ou não. Tudo é impresso no galpão. Aprovados, alguns quadros
são enviados ao setor de molduras. Outros passam pelo chamado “processo de
embelezamento”, que consiste na aplicação de outros materiais na tela, como o
glitter – ou “poeira de diamante”, como ele gosta de chamar. O artista assina
certificados de autenticidade antes de enviar telas e produtos a galerias e
clientes. Centenas de obras esperam no estoque para ser despachadas, tal como
esculturas e itens de decoração marcados em caixas made in China.
Há pelo menos uma década Romero Britto vem sendo chamado de
“Paulo Coelho das artes”. Assim como o escritor, que já foi best-seller em
vários países, mas poucas vezes aclamado
pela crítica brasileira, Britto tem mais apelo com os consumidores do que junto
aos artistas. Até mesmo a análise de sua obra é difícil tamanha a resistência
dos especialistas a falar sobre ele. Nos últimos dois meses, a reportagem da GQ
pediu entrevistas a 30 grandes nomes da arte contemporânea brasileira para
comentar o trabalho de Britto e, claro, os motivos pelos quais muitos não o
consideram relevante no cenário das artes plásticas do país. Com raras
exceções, a reação foi de desprezo. Alguns chegaram a se ofender com o pedido.
“Artes? Romero Britto? Espera aí, cara, eu sou artista plástico”, disse Ernesto
Neto, segundos antes de desligar o telefone na cara da reportagem. Não foi o
único.
Estúdio do artista em Miami ocupa uma área de 15 mil metros
quadrados (Foto: Jill Peters)
ESTÚDIO DO ARTISTA EM MIAMI OCUPA UMA ÁREA DE 15 MIL METROS
QUADRADOS (FOTO: JILL PETERS)
Entre os poucos que toparam falar está Raul Forbes, um dos
maiores investidores em arte do Brasil. Forbes atua nesse mercado há 45 anos e
já foi dono de quadros emblemáticos da arte brasileira, como o Abaporu, de
Tarsila do Amaral. Quando o assunto é o estilo de Britto, o especialista não
poupa críticas. Para ele, é puro marketing. “Acho uma bomba, sem valor. Muito
mais propaganda do que arte. Não recomendaria nem para quem está começando no
mercado. Ele inventou uma marca. É algo para a classe C, gente que compra, mas
não tem conhecimento de arte. É uma piada”, diz. Ângela Ancora da Luz,
vice-presidente da Associação Brasileira de Críticos de Artes, segue na mesma
linha. Segundo ela, Britto pertence a uma linhagem de artistas pop
profundamente comercial. “Acaba fascinando o público muito mais pela cor. É uma
arte para quem deseja uma apreensão ilusória, superficial, decorativa. Não o
considero um artista como uma Lygia Clark, Lygia Pape ou Helio Oiticica. Essa
gente está a anos luz dele”, diz Ângela.
Habituado às críticas, o brasileiro costuma se defender
falando do seu sucesso de vendas. “O mundo das artes é grande, mas ao mesmo
tempo é muito pequeno”, diz. “Se a minha arte não fosse relevante, as pessoas
não me dariam esse espaço. Toda vez que falam mal de mim e do meu trabalho, eu
vendo mais.”
Toda vez que falam mal de mim e do meu trabalho, eu vendo
mais.”
Romero Britto
Apesar do suposto desdém sobre o que os críticos pensam e
falam a respeito de sua obra, sempre que pode, Britto traça paralelos e
comparações entre seu trabalho e o de outros artistas. É um esforço constante
para se posicionar no rol dos principais nomes das artes da atualidade. Dois
exemplos ilustram bem essa saga. No fim de 2010, ele publicou um anúncio no New
York Times informando erroneamente que faria uma exposição no Louvre. Logo o
museu pediu que ele se retratasse. A exposição em questão era no salão da
Sociedade Nacional de Belas Artes francesa, mostra que acontece todos os anos
no Carrousel du Louvre, um espaço privado vizinho ao museu. Outro caso foi o
lançamento, em janeiro do ano passado, de um manifesto de seis páginas em que
apontava as semelhanças de seu trabalho e sua trajetória com a vida e obra do
espanhol Pablo Picasso.
Participação de Romero Britto durante o Super Bowl, a grande
final do futebol americano (Foto: GQ Brasil)
PARTICIPAÇÃO DE ROMERO BRITTO DURANTE O SUPER BOWL, A GRANDE
FINAL DO FUTEBOL AMERICANO (FOTO: GQ BRASIL)
No universo de Britto, é comum referências íntimas estarem
associadas a nomes de ricos e famosos. No escritório, há cartas e convites
emoldurados de gente como o príncipe Charles (“Todo Natal ele me manda um
cartão”), Michael Jackson (“Me convidou várias vezes para Neverland”) e o homem
mais rico do mundo, Carlos Slim (“Deu uma festa em sua casa no México para
celebrar os meus 50 anos”). Muitos encomendam ou são presenteados com retratos
pintados por Romero, obras que variam de US$ 60 mil até US$ 300 mil.
A importância de uma boa rede de relações e amigos
influentes dá contornos à versão do sonho americano de Romero Britto. Natural
de Recife, em Pernambuco, diz ter tido uma infância humilde. Além dele, são
mais oito irmãos. Sua primeira experiência no exterior foi na Espanha. Trancou
a faculdade de Direito e, com o dinheiro que ganhou com pequenas obras, foi
viver lá. Voltou, mas logo se foi de novo: um amigo de Recife, de mudança para
Miami, o convidou e sugeriu que comprasse “dessas passagens que fazem Miami, Nova
York e Londres”. Ficou em Miami.
Outros personagens aparecem ao longo da biografia, e dois
deles são particularmente marcantes: a norte-americana Cheryl Ann, com quem se
casou em 1988 (estão se separando), e Michel Roux, mentor da campanha de
publicidade da vodca sueca Absolut que convidou artistas, entre eles Romero,
para repaginar a garrafa da bebida, em 1989. Foi em sua primeira associação com
uma marca global que o brasileiro apareceu para o mundo. Hoje, suas cores estão
em produtos licenciados de gigantes, como Disney e Coca-Cola.
O dinheiro veio para o artista, de fato. Ele não discute
valores, mas estima-se que hoje o faturamento esteja na casa dos US$ 80 milhões
por ano. Entre os bens estão oito carros (entre eles três Ferraris e um
Rolls-Royce), uma casa em Miami Beach, uma casa de campo em Nova York, mais de
650 obras de arte e o apartamento em um dos condomínios mais exclusivos de
Miami, de frente para o Bal Harbour Shops, meca das grifes de luxo na cidade,
onde ele compra roupas Dolce & Gabbana
e Prada.
Até Mickey Mouse se rendeu a Romero Britto (Foto: Jill
Peters)
A sobriedade da residência contrasta com o colorido do
estúdio. O minimalismo da decoração é quebrado não pelas obras autorais, que
são poucas, mas por três quadros na sala, postos lado a lado, de Keith Harring.
As cores vibrantes compartilham o espaço
com gravuras menores de Andy Warhol e uma fotogravura de For the Love of God,
do britânico Damien Hirst, a obra de arte mais cara já produzida na história. A
decoração dos banheiros também tem motivos artísticos. Mesmo neles o brasileiro
está perto de celebridades. “Esta aqui foi o meu amigo Paulo Coelho quem me
deu”, Romero aponta para a fotografia de uma flor na parede. “Gosto muito de
flores.”
No sábado à noite, após o jantar, uma passada rápida na
Romero Britto Central Art Gallery, em Miami Beach. São 23h30. Faltam 30 minutos
para a galeria fechar. Romero conversa com os visitantes, tira fotos e dá
autógrafos. Dedica atenção especial a uma família, em dúvida entre um quadro de
um barquinho solitário ou de um cachorro. A eles, além do atendimento
exclusivo, é servido espumante em uma sala mais reservada. A família, cujo pai
é iraniano, a mãe belga e as crianças americanas, decide pelo quadro do barco,
de cores vibrantes e linhas fortes. “É lindo, e me remete ao clima de Miami”,
diz o pai, prestes a desembolsar US$ 14 mil.
Depois de vender a obra, partimos para a sequência do
roteiro traçado por Britto para aquele sábado. Na saída da galeria, mais
selfies. Depois, uma ida a um clube exclusivo em Miami Beach, mais coquetéis.
Antes de ir para casa, uma pequena pausa na rua para um sanduíche e uma
cerveja. A noite acaba às 3 horas em uma disputa de braço de ferro a bordo do
luxuoso Rolls-Royce Ghost. “Foi uma noite legal, né?”, reflete Romero.
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
Algumas obras de Romero Brito
A New Day
2001 20" x 27" Acrylic on Canvas
American Eagle 2000 36" x 36" Acrylic on Canvas
Great
Coffee 2001 40" x 40" (Acrylic on Canvas)
Love
Blossoms 1998 (80" x 96" Acrylic on Canvas)
The Dragon
1997 (96" x 80" Acrylic on Canvas)
Compilado de vídeos com obras do Romero Brito :3
Aqui está um compilado de vídeos, que nossa organização encontrou pela internet.
Obra Cavalo
Quadro do Renomado Artista Romero Britto da nova Linha
Cavalo, com 3 opções de Moldura de Madeira Ecologicamente Correta que mais
combine com seu ambiente.
Gravura: Romero Britto, Cavalo
Componentes do produto:
Moldura de Madeira de Reflorestamento Imunizada com 2 anos
de Garantia
Gravura Romero Britto
Vidro Liso
Eucatex
Medida externa: 50cm(altura)x55cm(largura)
Este quadro está em venda em outros sites por apenas 180 reais.
Obra Brendan's Whale
Quadro do Renomado Artista Romero Britto da nova Linha
Brendan's Whale, com 3 opções de Moldura de Madeira Ecologicamente Correta que
mais combine com seu ambiente.
Gravura: Romero Britto, Brendan's Whale
Componentes do produto:
Moldura de Madeira de Reflorestamento Imunizada com 2 anos
de Garantia
Gravura Romero Britto
Vidro Liso
Eucatex
Medida externa: 45cm(altura)x39cm(largura)
Atualmente está em venda e custa aproximadamente 150 reais.
Qual é o estilo de Romero Britto?
O estilo adotado por Romero em suas obras é uma mistura de
Pop Art, Cubismo e referências aos seus artistas prediletos que são Pablo
Picasso, Henri Matisse, Andy Wahrol, Keith Haring e Francisco Brennand. Os
contornos são bem delimitados e há uma geometrização das formas.
A obra de Romero Britto reflete a cultura atual e serve de
objeto para reflexões sobre a arte. Ao analisar Mona Cat, que é um gato no
lugar de uma das mulheres mais famosas do mundo, uma questão sobre o culto aos
artistas e obras clássicos é levantada. Atualmente há uma série de artistas
novos e que encontram dificuldade, mesmo tendo um certo espaço, de se consagrarem
como mestres. Talvez por não criarem “monalisas” e sim gatas vestidas formadas
por peças coloridas e diferentes. As pessoas buscam conhecer apenas essas obras
famosas e não se permitem enxergar o mundo e a arte com outros olhos,
diferentes do clássico. Mona Cat é uma crítica bem humorada que tenta traduzir
para os dias atuais, utilizando uma linguagem típica desses tempos, um clássico
da arte renascentista.
Monacat?
Conheça a pintura MonaCat:
A pintura Mona Cat de Romero Britto foi criada em 2004, em
acrílico sobre tela. Suas dimensões são de 40cm x 32cm e é uma releitura
notável da conhecida obra do pintor italiano Leonardo da Vinci, a Mona Lisa. A
Mona Cat é como se fosse um Tangram, quebra-cabeça chinês, que se utiliza da
figura geométrica para representação e abstração de imagens. O retrato de Mona
Lisa, ressignificado através desta geometrização e com texturas gráficas
diferentes faz parecer que quaisquer estruturas são capazes de conceber algo
semelhante à Mona Lisa original.
Quem é Romero Brito?
Romero Britto (1963) é um famoso pintor e artista plástico
brasileiro. Radicado em Miami, nos EUA, ficou conhecido pelo seu estilo alegre
e colorido, por apresentar uma arte pop, despojada da estética clássica e
tradicional. É considerado um dos artistas mais prestigiados pelas celebridades
americanas e o pintor brasileiro mais bem sucedido fora do Brasil.
Romero Britto (1963) nasceu no Recife, Pernambuco, no dia 6
de outubro de 1963. Começou seu interesse pelas artes na infância, quando usava
sucatas, papelões e jornais para exercitar a sua criatividade. Eram tempos de
pobreza e muitas limitações na cidade do Recife. Romero Britto também começou
nessa época a usar a grafitagem, o que foi de grande influência em seu
trabalho.
Iniciou o curso de Direito na Universidade Católica de
Pernambuco, mas depois viajou aos
Muitas celebridades admiram a obra de Romero Britto, como
Arnold Schwarzenegger, Madonna, os ex-presidentes Bill Clinton, Fernando
Henrique Cardoso, Carlos Menem, respectivamente dos EUA, Brasil e Argentina.
Suas coleções estão presentes em diversas galerias do mundo inteiro.
Dentre outras realizações, merece destaque a criação dos
selos postais que levam o nome de Esportes para a paz, sobre as olimpíadas de
Beijing. Outra criação importante é uma pirâmide que esteve instalada no Hide
Park, em Londres, com uma altura similar a de um prédio de quatro andares. A
obra deverá ser encaminhada para o museu da criança, na cidade do Cairo, no
Egito.
Suas pinturas estão presentes em importantes aeroportos do
mundo inteiro, como os de Washington DC, Nova York e Miami. Vale citar outros
locais onde se pode ver e apreciar as suas obras: Montreux Jazz Raffles le
Montreux Palace Hotel e Azul Basel Children’s Hospital, ambos na Suíça, e o
Sheba Sheba Medical Center, Tel Aviv, em Israel.
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